Muito mais do que uma tecnologia qualquer, o que diferencia a Inteligência Artificial é o esforço de mimetizar a capacidade humana de raciocinar e de tomar decisões autônomas. Trata-se, assim, de replicar uma das características que mais nos define como espécie: a inteligência. Isso constitui a base para inovações tão diferentes que vão desde a escrita inteligente do celular até as grandes máquinas nas fábricas. A indústria, aliás, é uma das áreas que mais tem se beneficiado dos impactos da tecnologia em questão.

Se no final do séc. XVII a máquina a vapor revolucionou a indústria, hoje, no séc. XXI, a ruptura fica por conta dos robôs integrados a sistemas ciber-físicos, produzidos com base na AI. No post de hoje, retomamos o tema da Inteligência Artificial, que já foi tratado recentemente aqui no blog, e mostramos, com recurso a exemplos práticos, quais os principais ganhos e benefícios para o setor industrial e quais os segmentos que mais estão lucrando com os avanços de tecnologias como a automatização e o machine learning. Continue a leitura e saiba mais sobre este tema tão essencial para os dias de hoje.

O limite das máquinas

Como vimos, a premissa da AI é a de que é possível imitar a inteligência humana, por meio de mecanismos ou de softwares. Mas será que as máquinas podem mesmo pensar? Esta é uma questão séria ainda discutida nos dias de hoje, cujas respostas permitem vislumbrar o quanto houve de avanços recentes nesta área.

Por exemplo, nos anos 1940, o neurocirurgião norte-americano Geoffrey Jefferson afirmou que a inteligência da máquina jamais poderia rivalizar com a inteligência humana uma vez que jamais poderia ser consciente daquilo que faz, limitando-se a pensar por meio de um aglomerado casual de símbolos pré-determinados. O tempo passou e Jefferson, que morreu em 1961, certamente ficaria impressionado com Sophia, um dos experimentos de IA mais sofisticados do mundo, criado em 2015.

Sophia é capaz de adquirir novos conhecimentos, além dos dados pré-programados, e quanto mais ela interage com pessoas, mais inteligente fica.   Outro exemplo é o de uma startup japonesa que, com base no “deep learning”  (ou “inteligência profunda”), está desenvolvendo um robô treinado para limpar quartos de adolescentes, ou seja, apto a trabalhar em um cenário caótico, repleto de imprevistos, onde não há o nível de organização de uma linha de montagem e onde os estímulos pré-programados não bastam.

Isto é para dizer, portanto, que as inovações nesta área têm surpreendido os próprios especialistas e abrem portas para uma miríade de possibilidades sem precedentes. Vejamos, a seguir, três exemplos dos benefícios da aplicação desta tecnologia em diferentes setores e tipos de indústria.

#1 Automação

A automação é, sem dúvida, um dos principais benefícios que a AI traz para a indústria, tornando todo o processo de fabricação mais rápido e padronizado. Vejamos, na prática, um exemplo que nos mostra o potencial de alcance deste benefício.

A Zume Pizza é empresa norte-americana baseada no Vale Silício e tornou-se conhecida por ser a “pizzaria dos robôs”. As máquinas fazem (quase) tudo:  os pedidos são recebidos por aplicativos do celular e, depois disso, os robôs espalham o molho de tomate na massa, colocam a pizza no forno para que seja pré-assada, retiram-na de lá e colocam-na em caminhões, também controlados por robôs, onde as pizzas são assadas durante o caminho da entrega.

Embora não se trate de uma indústria no sentido tradicional do termo, a Zume funciona, sim, como uma linha de produção e mostra-nos o poder da automação aplicada a segmentos menos tradicionais. A empresa acaba de receber um aporte de US$ 375 milhões do Softbank e já tem um valuation da ordem dos U$ 1,5 bilhão.

A automação envolvida faz com que a pizza chegue quentinha à casa do cliente e em velocidade recorde, com um tempo médio de entrega de 22 minutos. Além disso, a empresa já patenteou 1.500 inovações, que podem ser aplicadas, por exemplo, à indústria de frozen yogurt – onde, claro, não seriam necessários fornos, mas, sim, geladeiras.

#2 Maior controle e volume de produção

A fábrica da Siemens na Alemanha é um bom exemplo de como a IA pode ajudar as indústrias a terem um melhor controle de qualidade da produção.

Nessa fábrica, há um sistema conhecido como “Gêmeo Digital” que é programado para gerenciar quase todos os aspectos do chão da fábrica, desde o design de peças, identificando potenciais falhas, até ao monitoramento do desempenho de funcionários.

Com base em modelos digitais ou “gêmeos” de dois robôs, a Siemens consegue testar como essas máquinas operam juntas em uma mesma linha de montagem. Sendo assim, um gêmeo digital de uma broca pode moldar um bloco de metal virtual, o que faz com que os engenheiros encontrem a maneira mais eficiente de criar uma dada forma, sem precisar sair de suas mesas.

O uso dessa tecnologia permitiu à empresa reduzir em até 20% o custo de fabricação de suas peças, mantendo altíssimos padrões de qualidade. Além disso, a produção cresceu de 600 mil para 750 mil unidades por ano, sem a necessidade de expandir a força de trabalho.

#3 Maior poder de decisão

“Mais que um software: uma revolução”. É assim que a IBM tem se referido ao Watson, a famosa tecnologia de Inteligência Artificial 100% focada em negócios, que é capaz de interagir, entender linguagens, aprender novas habilidades e raciocinar.

A previsão é a de que – todas as indústrias sem exceção sejam impactadas por tecnologias como esta. Atualmente, calcula-se que cerca de um terço das decisões nos negócios em geral não sejam tomadas de forma certeira e fundamentada. Assim, há muito potencial para sistemas como o Watson, capazes de analisar quantidades insanas de dados e fornecer respostas objetivas.

Além de realizar avaliações financeiras tradicionais, a ferramenta consegue entregar relatórios de análise da concorrência. Com o IBM Watson Supply Chain e o Watson Supply Chain Insights, o trabalho dos gerentes da cadeia de suprimentos é simplificado. A tecnologia garante uma maior transparência na gestão cadeia de suprimentos, permitindo que os gerentes identifiquem possíveis interrupções e descubram a melhor solução para o problema. Os custos com perdas, estoque e frete são reduzidos em até 75%.

As aplicações também se estendem ao momento da contratação e de gerir o capital das fábricas. A ferramenta Watson Recruitment não apenas analisa currículos e cria uma pontuação para os candidatos, como também identifica os funcionários com melhor desempenho e oferece uma métrica de comparação para os gestores, que podem, assim, tomar decisões mais fundamentadas na hora de contratar e demitir.

 A IBM já lançou no mercado versões pré-programadas e customizadas do Watson, voltadas para diferentes tipos de indústrias, como agricultura, atendimento ao cliente, recursos humanos, manufatura e marketing.

Com tudo isto é mesmo caso para dizer que o futuro chegou – e está acontecendo perante nossos olhos. Assim, se você quer continuar se informando sobre os impactos da revolução que está em curso, cadastre-se agora mesmo para e receba a nossa newsletter.

Pesquisa:

https://glo.bo/2M5IFFY
https://bit.ly/2Udv68B
https://sie.ag/2wuGUsE
https://www.ibm.com/us-en/marketplace/supply-chain-insights

Há cerca de uns 20 anos, a expressão “inteligência artificial” parecia algo restrito ao universo mirabolante dos filmes de ficção científica – ou pelo menos algo que se projetava para um futuro muito distante. Atualmente, a realidade é outra bem diferente, mesmo que não tenhamos a real percepção de uma mudança radical que continua em curso.

De acordo com um estudo global envolvendo seis países conduzido pela empresa Pega, apenas 33% dos consumidores acreditam que eles já estão usando, direta ou indiretamente, plataformas de Inteligência Artificial (AI). Na verdade, calcula-se que esse número seja bem maior – cerca de 77%.

Outro estudo recente sobre o impacto da tecnologia na economia mundial, desenvolvido pela Accenture em 12 países diferentes, revelou que a AI tem potencial para aumentar a produtividade da força de trabalho em 40% até 2035. Além disso, projeções indicam que, até 2025, o mercado desse tipo de tecnologia movimente quase 60 bilhões – detalhe: em 2016, esse número era de apenas 1.4 bilhão. Trata-se de um aumento exponencial, que reflete bem o potencial da área.

Não é à toa, portanto, que a inteligência artificial e realidades como Internet das coisas, robôs e machine learning têm sido equiparadas ao impacto da primeira revolução industrial lá do séc. XIX. Neste artigo, falamos de AI e mostramos como esse impacto se reflete na prática e no dia a dia das cadeias produtivas. Continue a leitura e conheça a seguir 5 aplicações da inteligência artificial nos processos da indústria.


O que é inteligência artificial?

Primeiro, é importante compreendemos melhor o que é a AI.

Ela pode ser definida como um conjunto de tecnologias que tem por objetivo imitar a inteligência humana, por meio de mecanismos ou de softwares. Especialistas falam no estudo e desenvolvimento de “agentes inteligentes”, ou seja, sistemas que são capazes de compreender o ambiente à sua volta e adotar atitudes que maximizam as chances de adaptação e sucesso.

Um bom exemplo disso são os sistemas que “aprendem” a jogar xadrez. Em 2017, o AlphaZero, da empresa Deep Mind, depois de jogar contra si mesmo durante algumas horas, aprendeu a jogar xadrez em níveis nunca antes alcançados, superando em muito os melhores jogadores humanos e também outros softwares campeões de desempenho.

Embora a ideia de compreender o cérebro humano e imitar seu funcionamento tenha surgido lá nos anos 1950, a verdade é que a AI evoluiu mais recentemente, a partir sobretudo dos anos 2010, graças aos processadores de última geração que analisam e classificam enormes quantidades de informação em frações de segundos.

Como a inteligência artificial auxilia nos processos da indústria?

Vejamos, a seguir, 5 exemplos de aplicações da AI em indústrias muito diversas.

#1 Mais eficiência e produtividade

As fábricas de automóveis modernas podem produzir um carro em apenas um minuto, graças ao uso de robôs e de outros equipamentos inteligentes. Tais tecnologias permitem não apenas alcançar os padrões de qualidade mais exigentes, mas também aumentam a produtividade das linhas.

A automação está concentrada, sobretudo, nas linhas de pintura e soldagem, áreas nas quais a presença humana é praticamente inexistente nos dias de hoje. Com equipamentos mais eficientes, as novas fábricas de carro conseguem reduzir em até 40% os custos com despesas como energia e água a cada automóvel produzido. Reduzem-se também os gastos com problemas de saúde dos funcionários, dado o menor esforço braçal exigido, e obtêm-se um maior controle da produção e mais flexibilidade para interferir nas linhas de produção.

#2  Produção inteligente e conectada

Na chamada “produção inteligente e conectada”, não é apenas um ou outro aspecto da produção que é automatizado, como no exemplo da indústria automobilística referido anteriormente. As fábricas digitais permitem que o controle da produção passa a ser feito, de forma integral, virtualmente.

O pedido de compra é repassado à linha de produção, fabricado, embalado, conferido e preparado para a entrega ao comprador sem qualquer intervenção humana – tudo é acompanhado à distância, em uma sala de controle, na qual analistas (seres humanos mesmo, com carne e osso e tudo mais) monitoram o comportamento das máquinas e desligam-nas ao fim do dia – isso se for o caso, claro, pois robôs podem trabalhar 24 horas.

O ritmo de produção pode ser acelerado, reduzido ou interrompido, caso haja falhas. As vantagens relacionam-se a um óbvio salto em produtividade, menos custos, economia de tempo e maior controle da qualidade.

#3 Mais rapidez nos reparos

Imagine a quantidade de processos e equipamentos envolvidos na produção de uma fábrica. Agora, imagine a manutenção disso tudo. Como simplificar e reduzir os custos de algo tão essencial para indústria?

Com a AI, a montagem e a manutenção de máquinas se tornam mais simples. Em vez de consultar complicados manuais antes de proceder a um reparo, nas fábricas modernas os funcionários apenas abrem um aplicativo, escaneiam um adesivo e, pronto, o sistema dá início a uma demonstração a passo sobre como determinada peça deve ser trocada. Além disso, as animações que vão surgindo na tela vão demonstrando como proceder.

Outra vantagem é um ganho em segurança. Os sistemas inteligentes dão acesso a informações fundamentais sobre o funcionamento da linha de montagem, que permitem agir de forma antecipada para evitar pausas – por exemplo, quando uma máquina deve funcionar, quem é o funcionário responsável por ela, o que deve produzir, quanto deve produzir, quando deve passar por manutenção. Com as soluções de manutenção preditiva, o chão da fábrica torna-se um lugar muito mais seguro, com impactos significativos na produção.


#4 Aceleração dos processos de tomada de decisões

Na agroindústria, a AI garante um processo de tomada de decisões muito mais rápido. Por exemplo, os sistemas inteligentes analisam milhares de dados para dizer aos engenheiros agrônomos, com incrível precisão, qual o melhor momento para o plantio e a colheita e quais os melhores insumos para alimentos processados.

Além disso, há protótipos de máquinas que conseguem desenvolver todo o processo de colheita sem a intervenção humana. Sistemas automáticos têm sido usados para o diagnóstico de doenças e pragas nas plantações, diminuindo em muito os prejuízos associados a esse tipo de problema.

#5 Soluções para todos os setores

Os impactos da AI na indústria atingirão as mais inesperadas áreas de negócios. Vejamos o exemplo de um setor até hoje geralmente dominado por métodos tradicionais e pouco tecnológicos: o da produção de leite.

fazendas brasileiras usando tecnologia de ponta na propriedade, de modo a obter um produto de qualidade superior. Na área de ordenha, robôs operam 24 horas sistemas com pistões de ar comprimido, que tiram todo o leite. Quando nasce um bezerro, eles recebem uma espécie de brinco com um chip, e é o próprio robô que calcula a quantidade de alimento de que o filhote precisa, faz a mistura no liquidificador e libera as mamadeiras, tudo de forma automatizada.

As vacas usam um colar eletrônico, capaz de calcular o tempo mínimo entre uma ordenha e outra. Se o animal tenta adentrar a área da ordenha antes do tempo, a porteira inteligente não se abre. O colar também identifica o cio dos animais apenas com base no padrão com que eles se movimentam. Toda essa tecnologia resulta em um produto melhor e em uma produção muito maior.  

Como vimos, a inteligência artificial impacta diretamente na produtividade e, portanto, no lucro das empresas das mais variadas áreas.  Se gostou deste post, não deixe de compartilhá-lo em suas redes sociais. Ah, e para não perder as nossas dicas voltadas para o mundo da TI, cadastre -se agora mesmo para e receba a nossa newsletter.